Confinamento não é opção, é necessidade

Artigo da Dra. Amália Pelcerman

Estamos numa pandemia que não tem precedentes desse porte há 100 anos. A última foi em 1920, a gripe espanhola, com perda de 50 milhões de vidas no mundo, uma das mais mortais, causada pelo vírus influenza H1N1.

Sou médica, cardiologista e na minha especialidade vejo os casos mais complicados da doença. Como ela se comporta de várias formas e seu modo de ação atinge coração e pulmão, todo o cuidado é pouco.

A maioria dos infectados evolui com formato leve, alguns precisarão ser internados devido distúrbios respiratórios e outros poucos necessitarão de respiradores. Nestes casos há complicações como inflamação no coração e no pulmão e tromboses.

Dra. Amália Pecerlmann

Qual o melhor remédio no momento, em que não há evidências para qualquer tratamento?
É ficar em casa para não se contaminar e não infectar os outros.

A maioria das pessoas vai evoluir bem e serão poucos os que precisarão de UTI. Não podemos congestionar os hospitais, porque pode causar um colapso no sistema de saúde pública e até privada, por falta de leitos.

No caso de infecção pulmonar, pneumonia por Covid o tratamento hospitalar consiste em máscara de oxigênio e coquetel de antibióticos. Nos casos mais graves utiliza-se o aparelho de ventilação mecânica, antibióticos e anticoagulantes devido às tromboses.

Quem é portador de doenças cardíacas, diabetes e hipertensão precisa redobrar os cuidados, não pode descuidar das medicações e consultar periodicamente o cardiologista, pois além de serem doenças que contribuem com mais  mortes, são mais atingidas pelo Covid-19.

Com calma e menos pacientes podemos tratar de todos.

Amália Pelcerman
CRM 24947
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Maurício Coutinho / jornalista / produtor cultural