Jornada do Patrimônio 2019: Memória Paulistana é a maior edição do evento desde sua criação

Com mais de mil atividades em cerca de 500 pontos, evento realizado pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, conta com roteiros históricos, visitas a imóveis tombados, oficinas e sessões de cinema do Circuito Spcine.

Parte do calendário integrado da cidade, o Agendão, do programa São Paulo Capital da Cultura, da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), a Jornada do Patrimônio 2019 – Memória Paulistana será realizada nos dias 17 e 18 de agosto, com mais de mil atividades em cerca de 500 pontos. O evento convida a população para conhecer e explorar os pontos históricos e de memória e identidade da cidade.

A maior edição do evento desde sua criação celebra histórias, memórias, pessoas e lugares que traduzem o nosso patrimônio histórico e cultural. A programação inova nas atividades e oferece mais de 400 roteiros históricos, 300 visitas a imóveis tombados, 210 oficinas e 50 sessões de cinema do Circuito Spcine, com documentários realizados com investimento da Secretaria da Cultura para o programa “História dos Bairros de São Paulo”.

A ação especial Expedição Fotográfica no Triângulo SP será lançada em 10 de agosto e desbrava o Centro antigo da cidade, convidando os participantes a lançar olhar sobre memórias, pessoas e lugares que traduzem o patrimônio histórico e cultural da cidade. O roteiro percorrido é formado pelo Largo São Bento, Largo São Francisco e Igreja Ordem Terceira do Carmo. Durante o passeio, historiadores narram curiosidades e histórias sobre cada local, enquanto os fotógrafos auxiliam nos registros.

A festa de lançamento desta edição do evento será realizada no Beco do Pinto, dia 16, a partir das 18h, com a Pratododia All Stars, que apresenta um repertório de reggae, ritmo registrado como Patrimônio Mundial pela UNESCO.

Entre os destaques da programação está o Grande Cortejo da Memória Paulistana, que no sábado (17) percorre o Triângulo SP, criando um roteiro de memória conduzido pelo ator Pascoal da Conceição que entra em cena como Mario de Andrade e apresenta personagens históricos, interpretados por grandes nomes da dramaturgia brasileira.Com direção artística de Georgette Fadel e dramaturgia de Bernardo Galegale, o espetáculo traz Beth Araújo como Marquesa de Santos, Kelly Campelo como Anita Malfatti, Cassio Scapin como Adorinan Barbosa, Laila Garin como Elis Regina, Leopoldo Pacheco como Plinio Marcos e Fernando Sampaio como Piolin, Aílton Graça como Tebas, arquiteto negro e autor de alguns projetos como a torre da primeira catedral da Sé e elementos decorativos da fachada da Igreja da Ordem Terceira do Carmo.

Os teatros independentes registrados pelo Conpresp como patrimônio imaterial da cidade oferecem 30 atividades entre oficinas e bilheteria, além de intervenções artísticas gratuitas.

Parceria com o Sesc SP – O Sesc SP é parceiro da Prefeitura de São Paulo na Jornada do Patrimônio desde a primeira edição, em 2015, contribuindo com roteiros de memória, palestras, oficinas, materiais educativos e intervenções artísticas. Para este ano foram programadas 28 atividades realizadas por 13 unidades na capital e região metropolitana. Os roteiros buscam levar os participantes a encontrar pontos de identificação direta ou indireta com as muitas referências culturais simbólicas presentes na cidade.

Os temas dos roteiros apresentam abordagens diversas quanto às memórias paulistanas. O evento é um momento importante de ampliação e intensificação do sentido de pertencimento, da vinculação afetiva à cidade e do respeito e valorização da diversidade cultural.

 

O diálogo entre os conceitos de memória e esquecimento é uma temática muito presente nas atividades oferecidas pelo Sesc. A reflexão e crítica aos processos que culminaram no cenário urbano também são motivadores de roteiros, como o “Tamanduateí encontra São Caetano” que discutirá a expansão do núcleo histórico da cidade e o escoamento da produção do ABC Paulista.

Ainda na leitura de camadas menos visíveis apresentam-se os roteiros que tratam da resistência, como a história do “Quilombaque”, uma organização criada em 2005 por iniciativa de um grupo de jovens do noroeste da cidade, cujo envolvimento com a arte revelou uma alternativa de enfrentamento à violência e gentrificação vivenciada na região. Outra memória de resistência por meio da arte e cultura é contada no passeio ao Centro Cultural e Quilombo Urbano Aparelha Luzia, fundado em abril de 2016, criada pela ativista, artista, educadora e deputada estadual por São Paulo Erica Malunguinho.

Estes e outros roteiros e programações podem ser acessados em sescsp.org.br/jornadadopatrimonio.

Maurício Coutinho
Jornalista MTb/SP 33.886