Pinturas com mais de dois metros de altura, feitas com barro das encostas do Vale do Jequitinhonha. De uma relação visceral do artista Leandro Júnior com o território, os habitantes e as histórias de sua região em Minas Gerais nasce a individual Viúvas de Maridos Vivos.
As obras compõem a nova exposição do Museu de Arte Sacra de São Paulo – MAS / SP, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, sob curadoria de Simon Watson.
As chamadas “viúvas de maridos vivos” são comuns no Jequitinhonha: mulheres que se veem sozinhas – com o roçado, os filhos e todas as obrigações do lar – enquanto os maridos viajam para a colheita do café ou da cana, chegando a passar meses ou anos longe. Leandro, ele também filho de uma “viúva”, retratou 12 delas, sempre de costas e carregando utilitários na cabeça: lata de querosene, balaio, gamela, trouxa, saco, botija, lenha, bateia, pote de barro, bacia, leiteira. “São mulheres fortes, autônomas, protagonistas e independentes, vivendo como matriarcas numa sociedade patriarcal”, sugere o curador Simon Watson.
A exposição marca a primeira individual museológica de Leandro Júnior, pintor e escultor figurativo que se inspira na forte cultura e intimidade fomentadas de forma única no vale rural do Jequitinhonha, localizado no sertão de Minas Gerais. Nascido e criado na Chapada do Norte, ele vem desenvolvendo sua arte a partir do barro que ele mesmo extrai e refina, para ser aplicado em telas, ou modelado e queimado em um forno de barro, para se tornarem esculturas.
Até 5 de junho
Museu de Arte Sacra de São Paulo | MAS/SP
Av. Tiradentes, 676 – Luz
ao lado da estação Tiradentes do Metrô