Pão de Santo Antonio é distribuído em igrejas do Centro de São Paulo

Considerado um dos santos mais populares entre os brasileiros e portugueses, no dia 13 de junho comemora-se anualmente o dia de Santo Antonio de Lisboa ou Santo Antonio de Pádua, que nasceu em Lisboa no dia 15 de agosto, provavelmente entre os anos de 1191 e 1195.

E na região central da cidade de São Paulo, as igrejas Nossa Senhora do Largo do Rosário dos Homens Pretos, localizada no Largo do Paissandu e a Igreja/Convento de São Francisco de Assis, situada ao lado da consagrada Faculdade de Direito, promoveram a distribuição de pães com apoio de comerciantes e empresários do Centro paulistano que, mesmo em plena pandemia, colaboraram para que esta centenária tradição fosse mantida.

Público buscou receber o consagrado Pão de Santo Antonio

A importância desse ato da entrega dos pães foi destacada por Frei Fidêncio, da Igreja: “Durante a trezena de preparação para a festa de Santo Antonio, falávamos muito do pão, da partilha e creio que as pessoas, cada uma no seu jeito, na sua forma, conseguiram partilhar o pão com essa doação que recebemos de comerciantes do Centro de São Paulo. Santo Antonio lutou muito para que os pobres tivessem o que comer e creio que todo pão representa um dom, uma dádiva de Deus. O pão também é uma graça a ser partilhada. Agradecemos a todos por essa comunhão, por serem solidários, principalmente nesses tempos de pandemia, quando, além do Coronavírus, temos outras pandemias, sobretudo a da fome e o pão partilhado é o gesto mais solidário, mais santo e bonito que possa existir”, conclui.

A origem da doação de pães

O “pão de Santo Antônio” tem sua origem num fato curioso que se conta a respeito de Santo Antônio. Diz que ele se comovia tanto com a pobreza que, certa vez, distribuiu aos pobres todo o pão do Convento em que vivia. O frade padeiro ficou em apuros, quando, na hora da refeição, percebeu que os frades não tinham o que comer.

Atônito, foi contar ao santo o ocorrido, porque pensava que alguém tivesse roubado o pão. Santo Antônio mandou que o padeiro verificasse melhor o lugar em que os tinha deixado. Para sua surpresa e alegria, encontrou os cestos transbordando de pão, em tanta quantidade que foram distribuídos aos frades e aos pobres do Convento.

Junto à piedade há também uma espiritualidade: o pão se consolida na partilha. Só quem o distribui se habilita a recebê-lo. Ele lembrará sempre que haverá multiplicação onde houver amor. E cada pedaço de pão trará consigo o sinal do Pão Vivo, descido do céu, Jesus, tornado Eucaristia, pão partilhado, para todo ser humano. 

Sobre Santo Antonio

O nome original de Santo Antônio era Fernando de Bulhões. Ele nasceu em Lisboa, numa família nobre e rica. Educado em Coimbra, tornou-se membro da Ordem de Santo Agostinho e foi ordenado sacerdote aos 25 anos. Nesse tempo, a fama de Francisco de Assis já percorria Portugal.

Igreja de São Francisco

Em 1220, a chegada a Coimbra das relíquias de cinco mártires franciscanos mortos em Marrocos levou o jovem a entrar para a ordem dos franciscanos. Ele adotou o nome de Antônio e partiu para Marrocos. Contudo, mal chegou ao país, ficou doente e teve que retornar a Europa. Desejoso de conhecer Francisco de Assis foi à Itália. Depois do encontro, foi designado para lecionar teologia aos frades de Bolonha.

 

Maurício Coutinho / jornalista / produtor cultural