Praça Antônio Prado tem obra ao ar livre de Ivan Navarro

Componente da exposição ExFinito, mostra individual no país do artista chileno Iván Navarro, o Farol Santander apresenta uma instalação externa na Praça Antônio Prado, mais conhecida dos paulistanos como a Praça dos Engraxates.

Essa intervenção urbana do artista se chama Escada (Caixa d’Água) e mede 4,67m de altura x 2,63 de largura e profundidade.


“Usando luzes, espelhos e posicionamentos ambíguos, Navarro cria uma situação na qual sua obra é consumada a partir de nossa posição em relação a tantas reflexões. Essa sensação abissal, de vazios, frestas e perspectivas que se abrem para uma dimensão desconhecida, pode ser a consciência de um universo paralelo, de uma trama secreta ou de um estado de percepção alterado. Viajar pelo labirinto é ter uma clara noção de que existe algo além do mundo das aparências; entender o labirinto nos habilita a enxergar o nosso fim no infinito, e aprender o que é ser Exfinito
”, define Marcello Dantas, curador da mostra.

Saiba mais sobre Ivan Navarro

Com conteúdo inquietante e aparência cativante, as esculturas elétricas do artista chileno Iván Navarro infundem a expressão máxima da arte ocidental do século XX com camadas de simbolismo político. Radicado em Nova York há mais de 20 anos, Navarro nasceu na cidade de Santiago em 1972 – apenas um ano antes do golpe militar que levou a Junta ao poder por 15 anos.
Suas obras carregadas de conteúdo sócio-político compostas de neon, LED e material fluorescente são influenciadas pelas duas identidades do artista: tanto por sua criação sob a ditadura de Augusto Pinochet quanto por sua experiência diária inserido na sociedade contemporânea americana.

O artista começou a trabalhar com luzes ainda enquanto estudante, mas sua mudança para Nova York em 1997 contribuiu enormemente para a consolidação de seu trabalho usando a energia elétrica, tanto como material quanto como conceito. Ali, Navarro descobriu a história da Arte Conceitual, o design de móveis de Gerrit Rietveld e a estética minimalista desenvolvida por nomes como Donald Judd e Dan Flavin.

Em termos de forma, as esculturas em neon de Flavin ecoavam as experimentações de Navarro com luzes, mas a natureza apolítica do movimento minimalista em um momento politicamente tumultuado como o da Guerra Fria era fundamentalmente uma antítese à abordagem artística de Navarro. Em relação ao conteúdo, o artista passou, então, a subverter a postura formalista, acrescentando significado às esculturas elétricas projetadas de acordo com os códigos minimalistas.

Serviço
Escada/Caixa d’Água
Mostra ao Ar Livre
Visitação gratuita
Praça Antonio Prado
Centro SP

Maurício Coutinho / jornalista / produtor cultural