Vila Itororó no Bixiga completa a primeira fase do restauro

A Prefeitura de São Paulo celebrou a inauguração da primeira fase de restauro da Vila Itororó, junto com Secretário de Cultura Alê Youssef, o diretor do Instituto Pedra Luiz Fernando, os patrocinadores banco BNDES Fabrício Brollo e Carolina Junqueira e parceiros.

Nesta fase foram contempladas quatro edificações que serão ocupadas pela Casa da Memória Paulistana, ligada ao Departamento de Patrimônio Histórico e Museu da Cidade, pela nova sede do FabLab Itororó e por residências artísticas.

A Vila Itororó é um conjunto arquitetônico idealizado por Francisco de Castro, com mais de dez edificações construídas ao longo do século XX para fins residenciais e de lazer. A Vila está localizada na encosta do Vale do Itororó, na divisa entre os bairros da Liberdade e da Bela Vista, na região central da cidade de São Paulo. Ocupa uma área de cerca de 6.000 metros quadrados, no miolo de uma quadra. A Vila Itororó foi tombada como patrimônio pelo CONPRESP (órgão municipal) em 2002 e pelo CONDEPHAAT (órgão estadual) em 2005. Em 2006 foi decretada área de utilidade pública, tendo sido desapropriada pelo governo do Estado e pela prefeitura de São Paulo para fins culturais. A restauração da Vila Itororó, iniciada em 2013, é realizada através de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e o Instituto Pedra.

O Instituto Pedra é uma associação sem fins lucrativos que tem por missão realizar intervenções e leituras que valorizem o patrimônio cultural, gerando conhecimento com enfoque integrado, considerando as suas dimensões simbólica, material e territorial. Enquanto realiza os levantamentos arquitetônicos do conjunto da Vila Itororó (até agora inéditos), projetos complementares e a execução das obras de restauro, o Instituto Pedra abriu o canteiro de obras, com o objetivo de compartilhar o conhecimento gerado no local e de debater coletivamente os seus usos futuros.

Ao invés de realizar uma obra de restauro a portas fechadas, para depois inaugurar um centro cultural pronto definido por poucas pessoas, o projeto de restauro da Vila Itororó propôs a abertura do canteiro de obras desde o início do processo de restauro.

A ideia por trás dessa decisão consiste em revelar o próprio processo da obra e imaginar os usos futuros da Vila a partir das experimentações e debates públicos que tiveram lugar principalmente no galpão anexo à Vila Itororó. Hoje, o projeto Vila Itororó Canteiro Aberto diminui o seu escopo de trabalho, restringindo-se às reflexões acerca do significado da restauração em curso e divulgação de conhecimento sobre a Vila Itororó, não mais englobando as atividades de ativação cultural do galpão.

A Prefeitura de São Paulo celebrou a inauguração da primeira fase de restauro da Vila Itororó, junto com Secretário de Cultura Alê Youssef, o diretor do Instituto Pedra Luiz Fernando, os patrocinadores banco BNDES Fabrício Brollo e Carolina Junqueira e parceiros.

Ainda assim, tanto ao longo desses três anos, como hoje, trata-se de uma ação integrada na medida em que envolve a participação de ex-moradores da Vila, moradores do entorno, artistas, pesquisadores, arquitetos e trabalhadores da obra.

Maurício Coutinho / jornalista / produtor cultural