Dinheiro Vivo: Exposição de Vik Muniz na Galeria Nara Roesler em 4 de março

Depois de desconstruir, ressignificar e interrogar ícones os mais variados da nossa cultura material, o artista Vik Muniz se debruça sobre um elemento absolutamente reconhecível, corrente e prenhe de significados: as cédulas de real emitidas pelo Tesouro Nacional.

A partir de uma quantidade grande de restos de papel-moeda que iriam para o descarte e que lhe foram cedidos pela Casa da Moeda, ele reconfigurou elementos indiciais dessas notas em novas composições profundamente instigantes, que provocam o espectador, gerando simultaneamente familiaridade e estranheza.

A partir desses fragmentos de papel com alto teor simbólico, Muniz reorganiza e recria dois tipos de imagem. No primeiro grupo estão reconstituições muito fiéis, porém em tamanho agigantado, dos animais que ilustram as notas da moeda nacional, como a onça, a tartaruga ou o lobo guará. Animais que muitas vezes estão em risco de desaparecer e que circulam de mão em mão, de forma banalizada, que adquirem majestade na leitura de Vik. O segundo conjunto reúne uma série de recriações de obras clássicas de pintores viajantes que percorreram e retrataram a paisagem brasileira no século XIX, como Rugendas e Taunay.

Ao lidar com o dinheiro como matéria-prima, Muniz se soma a um grupo de artistas de matriz conceitual que já se debruçou sobre essas relações de valor e fetiche da moeda, como Cildo Meireles, Jac Leirner e Barrão. E resgata outros aspectos importantes de sua reflexão e prática artística como a relação entre as coisas e suas representações e um foco atento a questões como a preservação ambiental, tema que já explorou no filme Lixo Extraordinário (2010).

Serviço:
Vik Muniz: Dinheiro Vivo
Abertura: 4 de março, 2023, das 11h às 17h
Exposição: 4 de março – 22 de abril, 2023
Horários
seg – sex | 10h às 19h
sábados | 11h às 15h
Nara Roesler São Paulo
Avenida Europa, 655
Gratuito