Profissionais dão dicas para evitar “perrengue” na 25 de março

As festas de final de ano e as decorações natalinas são conhecidas por levarem uma multidão às ruas no final do ano em busca de presentes e artigos temáticos vendidos a preço de atacado.

No centro da cidade, a rua 25 de março recebe uma verdadeira romaria, com pessoas da capital, mas também de outros Estados do país. A região, que já é tradicionalmente cheia no restante do ano, vê a movimentação aumentar exponencialmente.

O que pouca gente sabe, contudo, é que parte desses visitantes é composta de frequentadores “profissionais” da 25 de março – pessoas que visitam a rua com regularidade para buscar matéria prima e ferramentas de trabalho.

O VCSP conversou com três desses profissionais (um artista plástico, um decorador e um estilista) e pediu dicas de como não passar tanto perrengue na hora de fazer as compras de final de ano. Todos são unânimes em pelo menos uma coisa: objetividade. “Toda vez que eu preciso criar coragem pra ir na 25 de março, eu me apego nisso. Que eu vou até lá, vou comprar o que preciso (às vezes é uma coisa só) e volto”, explica o estilista Fel Lara, que também lembra de levar sempre uma garrafa de água e um fone de ouvido consigo, para fugir dos ambulantes e da gritaria.

“Quando eu vou lá vou em ligares específicos. A dica é definir o que você quer”, concorda o artista plástico Jadson Medeiros. De acordo com ele, também é importante evitar os sábados, dias em que a rua de 25 março fica ainda mais cheia. “Eu procuro ir sempre na semana e de manhã, porque as lojas abrem geralmente às 8h. Bem cedo já está tudo aberto e é o melhor horário”, indica Medeiros, que também dá preferência aos domingos para visitar a região. “Algumas lojas, principalmente no final do ano, abrem aos domingos. É melhor porque você não passa tanto estresse, não está tão cheio”.

Para o decorador Bruno Rafael, é preciso ainda “não dar mole”. “É importante não parecer que é turista! Porque é igual Salvador. Quando a gente chegava lá pra fazer compras e viam um sotaque diferente, a gente todo arrumadinho, já metiam a faca”, alerta o decorador, que busca ainda levar sua própria sacola e usar roupas mais leves, “de ficar em casa”. Inclui ainda o rol de dicas para não parecer turista, está não dar mole ao telefone. “Isso de ficar no Google parecendo que está procurando as coisas, os comerciantes veem isso e muda muito [a abordagem]”.

Bruno reconhece, contudo, que ser objetivo na 25 de março não é algo fácil. “Eu passo por aquela rua e pode ser uma bolsinha ou mesmo algo que eu não uso, mas eu compro. Aquela rua é muito viciante, a gente nunca consegue comprar só o que precisa. Tem muita coisa e muita opção”, comenta o decorador.

Já o estilista Fel Lara tem para si que as melhores lojas da 25 de março são, justamente, as mais lotadas. “Mas também já dei um jeito de amenizar isso. A Armarinhos Fernando, por exemplo, tem várias lojas, uma enorme e outras menores que são mais segmentadas. Aí, ao invés de me enfiar na maior, eu vou nas menores que são menos caóticas”.

Na internet, é possível encontrar guias onlines de lojas da 25 de março. Eles possuem
endereço, telefone e, em alguns casos, o site do estabelecimento com catálogo e preços. Para quem está chegando pela primeira vez em São Paulo, é um bom começo antes de se embrenhar entre a multidão.