Monges do Mosteiro S. Bento lançam cerveja, inauguram café e preparam produção de chocolates

Padaria no Mosteiro São Bento
na foto, o monge D. Bernardo Foto: Rafael Arbex / ESTADÃO

Prestes a completar 20 anos de funcionamento, a padaria do Mosteiro de São Bento, instituição religiosa fundada em 1598 no centro de São Paulo, tem novidades capazes de atiçar o capital pecado da gula. Além dos famosos pães e bolos, os monges beneditinos acabam de lançar dois rótulos de cerveja artesanal, instalaram um aconchegante café na loja aberta há quase dez anos nos Jardins, na zona oeste, e estão fazendo os últimos ajustes de produção para começar a comercializar chocolates.

Em versões golden ale e red ale, a Cerveja Mosteiro foi lançada em 11 de julho, dia de São Bento. Em dois meses, foram vendidas 2 mil unidades (cada garrafa sai por R$ 25). A bebida só é comercializada nos três pontos de venda dos beneditinos: a lojinha anexa à abadia, no centro da cidade; a localizada na Rua Barão de Capanema, nos Jardins; e o site www.padariadomosteiro.com.br, que entrega em todo o País.

Os rótulos têm uma peculiaridade. Por meio de um aplicativo de realidade aumentada, um celular apontado para o desenho neles estampado reproduz imagens do interior da igreja contígua ao mosteiro ao som de cantos gregorianos. “Melhora o clima de degustação da cerveja. É como se a garrafa cantasse para você”, explica o desenvolvedor do app Marcelo Rodiño Cerqueira, diretor de criação da agência Flex Interativa.

Padaria Mosteiro São Bento
Entre as novidades está o lançamento de uma marca de cervejas Foto: Rafael Arbex / ESTADÃO

Por costume herdado de religiosos alemães, os monges beneditinos de São Paulo têm o hábito de tomar cerveja nos almoços de domingo. O rótulo próprio, portanto, já se tornou acompanhamento obrigatório nas refeições das solenidades – como a do Dia de São Bento (11 de julho), a data da dedicação da Basílica (6 de agosto) e o Dia da Assunção de Nossa Senhora (15 de agosto).

A unidade dos Jardins também tem novidades. “Fizemos uma discreta reforma e colocamos mesinhas para as pessoas tomarem café”, conta Schuler. “Em um ambiente que remete à arte sacra, com som ambiente de cantos gregorianos”, descreve. Há pouco mais de um mês, a loja também estreou a conta @padariadomosteiro.sb no Instagram.

Agora, Schuler está às voltas com os testes para uma outra novidade de dar água na boca: até o fim do ano, a padaria do Mosteiro deve estar produzindo e comercializando chocolates.

Perfil

Formado em Administração de Empresas e ex-funcionário do Tribunal Regional do Trabalho de São Luís do Maranhão, o paraibano Schuler, hoje com 50 anos, entrou para a ordem beneditina em 1996. “Sempre tive identificação com gastronomia”, conta ele que, dois anos depois, convenceu o então abade Isidoro Oliveira Preto de que montar uma padaria ali seria bom negócio.