Centro de SP: O café e a história da cidade

Estação da Luz - foto de Eli Hayasaka

A economia cafeteira é o fator que desencadeou o desenvolvimento que levou a capital paulista da nona cidade do Brasil em 1872 até a metrópole global de hoje. A cultura do café, introduzida no Brasil no século XVIII, se disseminou pelo sudeste e sul do país, gerando enorme riqueza e recriando hábitos e costumes.

Cultivado inicialmente na região de Belém, o café chegou ao Rio de Janeiro. De lá se expandiu atingindo a província de São Paulo, onde se consolidou como base da economia do país nos meados do século XIX e primeiras décadas do XX.

Vila dos Ingleses – foto Daniel Gelbaum

Plantado em vales e montanhas proporcionou o surgimento de novas cidades e a dinamização e crescimento de muitas outras. Foi o café responsável pela introdução da ferrovia no estado de São Paulo, construída para escoar o principal produto de exportação brasileiro. Trouxe também aproximadamente 4 milhões de imigrantes entre o final do século XIX e início do XX, vindos especialmente da Europa.

A riqueza que fluía pelos cafezais acelerou o desenvolvimento do país e se evidenciava nas elegantes mansões dos barões fazendeiros, nas grandes construções urbanas, na difusão das artes e na importação da cultura europeia, nos teatros erguidos na capital e nas novas cidades do interior paulista.

Estação da Luz – Foto Eli Hayasaka

O grande impacto na produção e comércio do café se deu com a crise de 1929. Entretanto, o país se recuperou e atualmente ainda é o maior produtor mundial do grão. O café transformou a economia e os hábitos brasileiros, das riquezas geradas ao cafezinho servido às visitas para dar sabor às conversas, das transformações na vida urbana ao cotidiano no campo.

CCBB no Centro de São Paulo – Foto Eli Hayasaka

A Prefeitura de São Paulo, através da São Paulo Turismo, desenvolveu um roteiro que permite compreender as transformações sócio econômicas e culturais que o dinheiro trazido por esta especiaria provocou em São Paulo, vivenciando o patrimônio material e imaterial deixado pelo “ouro negro”.

Fazem parte deste roteiro: Palácio da Justiça, Edifício Guinle, Centro Cultural Banco do Brasil, Largo do Café, Edifício Martinelli, Estação da Luz, Painel Europeia Paulista, Parque da Luz, Pinacoteca do Estado, Estação Pinacoteca, Estação Júlio Prestes e Vila dos Ingleses.

Maurício Coutinho / jornalista / produtor cultural